A Ordem, no seu conjunto e em cada religioso em particular, movida pelo exemplo de Cristo, e afeto à sua entrega libertadora, explicita em seu propósito de serviço aos cristãos oprimidos com a disponibilidade e o compromisso de dar a vida, se necessário, na realização do mistério de libertar os irmãos que estão em perigo de perder sua fé ante as novas formas de cativeiro. Este compromisso aparece já explícito, nas constituições de 1272. Pouco depois, os frades da Ordem o tornavam concreto na forma de um quarto voto em que se afirmava; “os religiosos, caso seja necessário, ficarão como reféns no lugar de um ou mais cativos, cuja fé esteja em perigo”. Atualmente, este compromisso originário das Mercês se reflete de diversas formas. Existem congregações que emitem, expressamente, um quarto voto (dar a vida pela obra missionária ou redentora); outras, no entanto, não acham necessário concretizar essa disposição de entrega da vida através de um voto explícito. Todas sabem, contudo, que na Ordem e em cada uma de suas congregações subjaz um mesmo compromisso: só é Mercedário aquele que está disposto a entregar e, de fato entrega sua própria vida com o fim de conseguir a liberdade dos fiéis oprimidos; assim se atualiza e se dá continuidade ao gesto de Jesus que deu sua vida para nos libertar.
As novas formas de cativeiro constituem o campo próprio da missão e do quarto voto Mercedário, e ocorrem ali onde há uma situação social na qual se juntam as seguintes condições:
1. É opressora e degradante da pessoa humana.
2. Nasce de princípios e sistemas contrários ao Evangelho.
3. Representa uma ameaça à fé dos cristãos.
4. Provoca a necessidade de ajudar, visitar e redimir as pessoas que nela se encontram.
Só quem experencia a cruz de Cristo como gratuidade de amor pode ser gratuidto a ponto de dar a vida como ele.
Servo de Deus Gonçalo do Amarante
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